O prefeito de Campo Limpo Paulista – SP, Adeildo Nogueira (PL), anda fazendo uma propaganda bastante audaciosa nas redes sociais. Em um dos posts mais recentes, ele afirmou, com um sorriso político, que conseguiu reduzir o número de funcionários na Prefeitura, um feito digno de aplausos para quem almeja a eficiência istrativa. Contudo, como não poderia deixar de ser, a realidade está bem distante dessa versão de sucesso vendida ao público.
Basta uma simples consulta ao Portal da Transparência para desmascarar essa falácia. Se, em janeiro de 2024, a Prefeitura contava com 2.237 servidores, com um custo total de R$ 10.339.519,00, em janeiro de 2025 esse número saltou para 2.283 funcionários, e o custo total subiu para R$ 10.759.057,02. Ou seja, o “milagre da redução” do prefeito é, na verdade, um aumento considerável no quadro de servidores e no gasto público. Parece que a “redução” é apenas mais uma daquelas invenções do universo paralelo da política.
E o que mais chama atenção nesse cenário de aumento de pessoal, especialmente se considerarmos a escassez de recursos e a precariedade de muitos serviços públicos, são os altos salários pagos a alguns cargos que, francamente, poderiam gerar mais perguntas do que respostas. Por exemplo, temos no município duas pessoas contratadas para exercer o cargo de Assessor Especial do Prefeito, com salários de R$ 9.426,26 cada. Agora, a pergunta que não quer calar: o que, exatamente, faz um Assessor Especial? O que justifica essa alta remuneração?
Seriam esses assessores tão “especiais” que conseguem desviar o curso do município para um futuro mais próspero, ou será que o título de “especial” é apenas um sinônimo de mais cargos para amigos e apadrinhados políticos? O fato de o município viver um aumento de custos de pessoal, ao mesmo tempo que os serviços públicos continuam longe de atender às necessidades da população, só aumenta a desconfiança sobre a real prioridade dessa istração.
É difícil acreditar que a “redução” de funcionários e a “racionalização” dos gastos sejam a verdadeira intenção da gestão do alcaide Adeildo, quando os números na prática apontam para o oposto. Se o prefeito realmente acredita que as redes sociais são o espaço perfeito para “plantar” suas narrativas, é bom lembrar que a transparência e os números são os melhores fiscais dessa realidade paralela.
